quinta-feira, 29 de janeiro de 2009


Oi pessoal! Feliz ano novo! rs


Quanto tempo não é mesmo?


Andei e ando tão ocupada com a minha vida de mãe, psicóloga, esposa, amiga, filha, irmã......!!!!!!


Então resolvi começar o ano falando sobre nascimento!


Já consigo ver alguém torcendo o nariz e voltando ao topo do blog prá confirmar seu nome! Sim! É um blog sobre o luto, sobre a terapia do luto caro leitor!


Mas o que o nascimento de uma criança tem a ver com luto???!!!!


Vamos ao começo! A partir do momento em que uma mulher se descobre grávida seu mundo se modifica!


Para a grande maioria não é nada muito drástico! É só se aliemntar bem, acompanhar a barriga crescer e pronto!Para outras o luto já começa nesse momento! Algumas não planejavam ser mães! "Aconteceu"!

E lidar com achegada indesejada de um filho pode trazer muitas consequências!


Mas não é esse o ponto que quero discutir! Mais uma vez quero contar a vocês sobre as minhas experiências!


Eu sempre quis muito, muito, muuuuuito ser mãe!

Desde que me "juntei" com meu marido a idéia se fazia presente! Mas eu tinha que pelo menos terminar a faculdade.


Terminei a faculdade no final de 2005 e logo parei de tomar o anticoncepcional e ao mesmo tempo passei em um processo seletivo para um aprimoramento aqui mesmo na cidade!


Foram 3 meses somente de espera! Parei de tomar a pílula em novembro e em fevereiro eu já estava grávida!


Como disse antes eu queria muito ter um filho! Mas quando pegamos o resultado do exame..... que medo!


A partir desse momento eu senti a primeira perda: a da minha identidade! Agora eu era a mãe do nenê! Nesse começo a "coisa" ainda se manifesta de maneira mais suave! Mas as pessoas passam a te olhar de forma diferente, todos tem uma história pra te contar sobre bebês e grávidas!

E em sua maioria as histórias são trágicas! Bebês que morrem, que nascem com problemas, mães que tem que fazer repouso....! Depois dizem que as pessoas não gostam de falar sobre morte....!!!


A barriga cresce! Aí você começa a se sentir um patrimônio público sabe? Todo mundo quer passar a mão na sua barriga, conhecidos, desconhecidos.... mas ainda aqui as pessoas se preocupam se você está se alimentando direito, dormindo bem.... e agora eu definitivamente sou a mãe do Gabriel.


Chega o momento do nascimento! Momento de luz, é o que dizem não é?

É aqui que começam as maiores perdas! Na maternidade TODO mundo te chama de mãe!

- Então mãe a troca é assim...

- Mãezinha hora de tomar a medicação...


Cadê a barriga?? Sim! A barriga faz falta! Antes tão procurada e idolatrada por todos! Agora ela é alvo de reclamações: coloca a cinta prá não ficar flácida!


-E o bebê? Tá mamando? Dorme bem? Aii que lindo! Trouxe prá ele!


Ahhhhhhhhhhh alguém se lembra que fui eu quem pari??? rsrsrsrs


É claro que é muito natural as pessoas voltarem suas atenções para o bebê que acabou de chegar! Só quero que vocês façam o exercício de ver as coisas por outro ângulo!

Ainda bem que a grande maioria das mães se sentem felizes, amadas por toda atenção e carinho que antes eram delas e que agora se voltam para os pequenos!


Mas não é tão fácil lidar com tudo isso!


Estava lendo um texto sobre lutos maternos e uma discussão me chamou muito atenção!

Sobre o mito do amor materno. (Lutos maternos-um estudo comparativo. Gabriela Casellato e Maria Antonieta P. Motta em Estudos avançados sobre o luto. 2002)


"Desde nossos ancestrais primitivos os mitos tiveram importantes funcções tais como a de emprestar sentido, significação e finalidade a determinados aspectos da vida, colocando ordem nas experiências cotidianas ou cada vez que um aspecto da vida e da existência era visto como problemático..."


" O mito da 'boa mãe' é particularmnete tenaz e resiste ao longo dos tempos... indiferente às modificações dos costumes..."


O texto não questiona a existência do amor materno, mas sua universalização que o considera como inato e inerente a todas as mulheres ditas normais.


E é esse o ponto! O mundo exige que você seja boa mãe e agora boa profissional, boa esposa!


Mas desde o início da gestação é preciso conviver com as pequenas perdas que nos cercam! Perda da identidade, perda do corpo de antes, perda de atenção, perda de sono, de fome, de espaço!


Depois do nascimento muitos sao os lutos a serem resolvidos!


No próximo post continuo a discussão! Acho que estou enferrujada.... rsrsrs


Ótimo 2009 prá nós!

ps: prá mim qualquer luto valeu a pena! e vale.... lindo meu biel, não???



7 comentários:

  1. Oiiiii minha amiga loira e linda, que bom que voltou! ^_^
    Adorei o seu post! Sabe que já venho elaborando esses lutos antes de engravidar hehehehehe...
    Ah, estou divulgando seu blog! Já passei pra um monte de gente lá do serviço!
    E certamente o Biel tá liiiiiindo demais!! Amei essa foto!

    Beijossssssssssss!!

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  2. Lindo mesmo!! Você está de parabéns "mãe do Gabriel"... rs rs rs.
    Mas você tocou num ponto importante que vou transformar em pergunta (quem sabe ganho outro poste pra resposta? hi hi hi). Aqui vai: Como "novos caminhos", "experiências" (e no caso da gravidez uma nova vida) podem ajudar na resolução do luto? Posso falar em termos de resolução?
    Bjokkkkks no core.

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  3. Adorei o post!!!! E concordo plenamente com tudo, mas acho que normalmente a vida não nos prepara para esses pequenos lutos, vividos na solidão do lado obscuro da maternidade...(ooooohhhhhhh...rsrsrsrs) Ele existe, fazer o q? A foto é maravilhosa e o texto está divino. Parabéns! e bjs com saudades.

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  4. Queridona, parabéns, texto ótimo. Li, ri, refleti, relembrei...
    Sabe, eu adorava me sentir um patrimônio público (rsss).
    Beijo grande!
    Di
    ps: pior que a saudade da barriga, foi o dia em que o Davizão não quis mais mamar no meu peito. Sinto falta até hoje.
    Beijo de novo.

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  5. Pois é, Patrícia!

    Bom, falo "de fora" até porque sou homem (e não tenho filhos). Mas parece que a maternidade, de certa forma, desfigura um pouco a imagem da pessoa. Deixa-se de ser "Alguém" prá se tornar "mãe". Este deveria ser apenas um dos aspectos da personalidade da mulher, mas parece que acaba por sufocar todos os outros.

    Dei uma olhada rápida em uma obra que trata do mito da "boa mãe", disponível no "Quatro Estações". Parece ser um tema muito interessante, mesmo.

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  6. Pati, tem um selinho pra vc lá no meu blog!

    Beijossss guria!

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  7. Oi queridonaaaaaaa! Tem mais selinhos pra vc no meu bloguito! Passa lá! Beijosssssssssssss!!

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